NUS
Estive pensando em corpo. Em corpos. No meu, no alheio...Nus...estive pensando em corpos nus.
Cada pessoa é dona do seu, mas só pode expor certas partes deste, em certas ocasiões, para certas pessoas. Ou para os leitores de certas revistas.
Se quiser mostrar tudo para todos ao vivo, pode ser presa por atentado ao pudor, exposição indecente, o escambau. A não ser que seja carnaval, quando a exposição corpórea é quase obrigatória.
Se uma mulher, fora da data momesca, expor um seio, será considerada imoral. Mas se o motivo da exposição for dar de mamar a um filho, que cena linda!
Por falar em seio, a exposição completa dos mesmos é vetada, mas se os bicos dos mesmos estiverem cobertos, não tem problema. Os bicos devem ser imorais, embora os bebês possam discordar.
Para os índios brasileiros, andar solenemente pelados sempre foi normal; e olha que nem havia Carnaval nas tribos. Pelo menos seus corpos cheiravam bem melhor que os dos portugueses, dentro daquele monte de panos e sem ver água regularmente.
Após essas considerações, botões, concluo que nada concluí.
Aliás, uma coisa me ficou mais que óbvia: a obscenidade não está no corpo, mas na mente.
Outra coisinha: amo meu corpo, embora não tenha cuidado muito bem dele. Somos conhecidos há muito tempo, temos a maior intimidade.
Pode estar fora dos padrões estéticos, mas fez dois filhos saudáveis. Cheinho de celulite, mas é meu. Não troco, não vendo. Só...mas deixa isso pra lá!
