Nossos ídolos ainda são os mesmos?
Parece cruel de minha parte afirmar que há algo de bom no show de horrores que é o “caso” Bruno. Mas há.
Vira e meche a mídia anuncia mais um escândalo envolvendo jogadores, mas dessa vez foi tanta gente envolvida num crime com detalhes e execução tão bárbaros, que finalmente a ficha caiu.
A mídia que agora aponta os pés de barro é a mesma que os transformou meninos de origem humilde, despreparados,
muitos deles com pouquíssimo estudo, em ídolos quase intocáveis.
Não os culpo pelo deslumbramento, por se acharem especiais, invulneráveis. Culpo as pessoas que berram seus nomes, que os idolatram, culpo os milhões que recebem para usarem as pernas, enquanto médicos ganham muito pouco e professores, quase nada.
A fama é malvada. É traiçoeira. Tanto coloca a pessoa num pedestal,
como a derruba para sempre. Às vezes basta apenas um rumor, como aconteceu com Wilson Simonal.
Este é um momento que não se pode deixar escapar, um momento de
se reavaliar os valores, pois há milhares de jovens aspirando se tornar ídolos do futebol. E para quê? Pergunto eu. Para gastarem fortunas
em casamentos que não duram, se perderem no submundo das drogas
e do sexo pago? Para fazerem apologia ao crime? Ou para eles mesmos
cometerem um?
Em todas as reportagens sobre o seu “caso”, Bruno tem a mesma expressão aérea estampada na face. Será que ele já se deu conta da
gravidade do que está acontecendo? Acho que não... Acho que não.
Agosto, 03, 2010






